Saltando de uma ideia a outra sem jamais criar uma conexão de fato entre elas – a ponto de introduzir uma subtrama do tipo “inocente acusado por engano” no terceiro ato -, o filme consegue a proeza de desperdiçar uma dupla como Josephine Baker e Jean Gabin. 2/5
O conceito básico do filme é interessante o bastante para compensar o fato de não ser explorado a fundo; além disso, há o carisma do elenco e até mesmo o charme apropriado dos efeitos visuais pouco convincentes. 3/5
Na verdade, são dois filmes em um: o grosso da projeção traz registros de vários números do teatro de revista francês da época, enquanto um fiapo de história envolvendo uma estrela em ascensão é visto pontualmente. Os números musicais são excelentes no mínimo por funcionarem como registros históricos; já a história ficcional que tenta amarrar tudo é uma porcaria. 3/5
A estreia de Jean-Pierre Melville na direção de longas é uma reflexão sobre a responsabilidade individual em um regime fascista e/ou na guerra, transformando o voice over em uma voz ao mesmo tempo literária e cinematográfica. 4/5
O último filme de Jean-Pierre Melville infelizmente não é um de seus melhores, ao contrário: com uma trama absurda que depende excessivamente de coincidências, ele usa o cinismo mais como desculpa do que como tema . 3/5
Dos diálogos soberbos à direção de arte expressiva, passando por três performances impecáveis de Lemmon, MacLaine e MacMurray, o filme se beneficia da segurança de Billy Wilder, que equilibra a narrativamente perfeitamente entre a lágrima e o sorriso. 5/5
O roteiro tem o interesse óbvio de desenvolver e discutir vários temas simultaneamente: da obsessão com a juventude e a beleza até a maneira com que a sociedade tenta impor às mulheres um ideal estético cruel e impossível de se atingir, passando também pelo sexismo no qual ainda vivemos e que insiste em encarar a força de trabalho feminina como algo menos valioso. Infelizmente, além de contar com uma estrutura problemática, o filme ainda falha ao não conseguir explorar com eficiência nenhum dos tópicos, optando, em vez disso, por tentar provocar o choque com uma revelação tola que abre espaço apenas para o melodrama. 2/5
Ainda que conte com boa parte dos clichês do subgênero “casa mal assombrada”, este terror irlandês constrói uma atmosfera tensa e inquietante, levando o espectador a se preocupar com o destino de seus personagens e criando momentos realmente angustiantes. Aliás, é preciso aplaudir o expressivo uso de cores feito pelo diretor e sua equipe, bem como a formidável utilização de sombras duras espalhadas pelo fundo dos cenários. 4/5
Chomsky é um orador fantástico e um homem brilhante e profundamente humano, mas este "documentário" parece mais uma colagem de registros amadores do que um longa remotamente profissional. 2/5
Durante algum tempo, o filme parece interessado em apontar a insanidade de adultos que, em pleno século 21, acreditam fortemente em algo tão absurdo e estúpido quanto o conceito de Arrebatamento – e, assim, chega a assustar quando, a partir de certo ponto, é possível perceber que o próprio documentário parece levar a sério toda a bobagem que busca retratar. 1/5