Tão inacreditável quanto o sucesso do filme original é acreditar que pode ter gerado esta continuação tão divertida e inventiva. Com um design de produção que nada repete da preguiça visual do anterior, desta vez a história compreende que não adianta criar situações fantásticas e recheá-las de diálogos imbecis. 3/5
Um stand-up confessional que se equilibra com maestria entre o humor e o drama, esta performance de Birbiglia extrai graça justamente de sua sensibilidade e de sua franqueza ao expor suas inseguranças e medos, primando também por uma estrutura bem mais complexa do que poderíamos supor a princípio. 5/5
Um terror psicológico eficiente, o filme estabelece uma alegoria angustiante dos sacrifícios exibidos para o estabelecimento de uma carreira de sucesso numa Hollywood que devora os ingênuos e premia os narcisistas. Com uma interpretação central intensa da bela Alexandra Essoe, o longa funciona como exercício de gênero, mas também como um tratado impiedoso sobre a Cidade dos Sonhos. 4/5
Como tantos documentários, é prejudicado pela insistência de seu diretor de se colocar em posição central numa história à qual não pertence, mas, graças aos bons entrevistados, o filme acaba oferecendo uma perspectiva interessante sobre a importância de “Calvin e Haroldo” para várias gerações de artistas e fãs. 3/5
Empregando não só imagens de arquivo registradas pelo próprio personagem-título ao longo de sua vida (incluindo suas inseguranças adolescentes), mas também de suas proezas já como atleta profissional, este documentário é um estudo de personagem abrangente de um homem que parecia obcecado em expandir os limites do que o esporte considerava possível – mas é também um retrato de um sujeito doce, divertido e extremamente carismático. No processo, o doc provoca um sorriso constante, mas também traz uma melancolia inevitável. 5/5
Não é necessário ser fã de baseball ou mesmo entender o básico do jogo para compreender perfeitamente a loucura representada pelo projeto iniciado por Bing Russell (pai de Kurt). Hilário ao recuperar a atmosfera irreverente e adolescente do time independente criado pelo sujeito, o documentário é um tributo merecido a um sonhador – e muitos dos absurdos apontados pelo filme se encaixariam em qualquer esporte, incluindo o futebol brasileiro e seus dirigentes. 4/5
Parece mais uma palestra registrada em vídeo do que um documentário interessado em usar os recursos narrativos do Cinema para analisar alguns fatos. Ainda assim, a eloquência do narrador e seu bom trabalho de pesquisa (bem como a importância de suas denúncias) tornam o filme relevante. 3/5
Basicamente um registro humanista dos esforços feitos por um cirurgião inglês para ajudar pacientes ucranianos abandonados por um sistema de saúde falido, o documentário e seu personagem-título inspiram ao mesmo tempo em que evocam o desespero e a tristeza de pessoas que mantêm a esperança diante de tantos sinais de que nada ficará bem. 4/5
Com uma trama até engenhosa que se enfraquece graças a algumas convenções melodramáticas, este filme é um noir menor que traz Lee Van Cleef e Jack Elam nos primeiros anos de carreira (e já expressivos) e John Payne corretamente intenso como protagonista. 3/5
Instigante já ao retratar os costumes de uma comunidade judaica ortodoxa, o filme peca pelo ritmo irregular, mas compensa este problema ao criar uma protagonista complexa que tenta conciliar seus desejos e seu senso de dever para com a família. Mesmo que aqui e ali recaia no melodrama, a secura repleta de subtexto do plano final já valeria a experiência. 4/5