A narração desanimada de Catherine Keener, que parece confundir melancolia e falta de energia, fragiliza um pouco a experiência, mas as histórias enfocadas pelo filme e a vitalidade – mesmo entristecida – de seus personagens garantem o interesse do espectador. 3/5
Basicamente uma espetáculo teatral encenado, já que praticamente não abandona o formato de “narrativa de câmara”, o filme ainda assim evita qualquer artificialidade graças principalmente aos dois excelentes atores e a um belíssimo design de som que expande a narrativa para além das paredes do aposento que hospeda a maior parte da projeção. 3/5
A dedicação do diretor ao projeto é superada apenas por aquela demonstrada pelos dois advogados que se entregam tão generosamente à tarefa de libertar uma mulher que, mesmo culpada do crime pelo qual foi condenada, acabou recebendo uma punição injusta e desproporcional. Acompanhando sua trajetória ao longo de vários anos, o longa expõe não apenas a persistência de todos os envolvidos, mas também a loucura criminosa do próprio sistema judicial norte-americano, resultando numa história trágica, mas também memorável. 4/5
O fato de trazer seis diretores comandando diferentes segmentos praticamente já assegura que o documentário, ao assumir um formato similar ao de antologia, se revelará irregular – o que de fato ocorre. E por mais interessantes que sejam os insights da dupla que originou o projeto, a diferença até mesmo no tom dos vários “curtas” cria uma experiência heterogênea que sacrifica inclusive a credibilidade de suas conclusões. 3/5
O subgênero “casa mal-assombrada” é, claro, um dos mais batidos do Cinema – e este filme nada traz de novo que possa diferenciá-lo de tantos outros exemplares. No entanto, a condução da narrativa é feita de maneira competente, conseguindo gerar um bom grau de tensão e uma atmosfera inquietante o bastante para que ele não se torne uma das inúmeras bombas que parecem acreditar que uma protagonista bonita e acordes altos na trilha sonora são o único pré-requisito deste tipo de projeto. 3/5
David Hyde Pierce obviamente se diverte imensamente ao viver um personagem cujos problemas mentais – que poderiam soar apenas ridículos – funcionam ao mesmo tempo como fonte de humor e tensão. Sim, a trama acaba se apresentando mais complicada do que seria necessário, já que a narrativa é mais eficaz ao se manter presa em um único cenário, mas o ator mantém o espectador interessado na maior parte do tempo. 3/5
Se o primeiro filme executava com talento uma história recheada de clichês, esta continuação se limita a reproduzir mal tudo o que o antecessor fazia de certo e a introduzir novos elementos que simplesmente tornam o roteiro estúpido. Como os personagens também se revelam detestáveis, o desastre é completo. 1/5
A jornada criativa de Justin Peck ao conceber a coreografia do espetáculo que dá título ao documentário é acompanhada de forma interessante e reveladora, permitindo que o espectador realmente aprecie seu processo artístico e também a escala ambiciosa (e, consequentemente, intimidadora) da produção. 4/5
Certamente a experiência da diretora/protagonist ao buscar sua própria identidade racial foi complexa e dolorida – o que não quer dizer que isto se traduz em um bom filme. Sim, é possível transformar uma história particular em algo com apelo universal, mas aqui o projeto acaba surgindo como um esforço egocêntrico empregado pela diretora-produtora-roteirista-estrela para transformar sua terapia em algo para consumo público. 2/5
Por mais que tente se apresentar como um documentário sério, científico, esta porcaria de longa logo entrega seu cruzamento entre bobagem new age e teoria da conspiração ao descrever a morte de uma pessoa com a frase “(fulana) passou para o mundo da Luz” e ao explicar que a metodologia de seu protagonista para entrar em contato com extraterrestres consiste em “meditar até atrair a atenção de alienígenas que estiverem passando pelas proximidades”. Com isso, até mesmo os aspectos mais interessantes do projeto Disclosure passam a soar meramente tolos e risíveis. 1/5