Obviamente concebido como piloto de série, apresenta sua base de forma até moderadamente eficiente, mas peca pelos personagens esquemáticos, pelos efeitos visuais prejudicados pelo baixo orçamento e, claro, pela falta de uma conclusão. 2/5
O conceito é bom: descobrir e conhecer quem está por trás de serviços prestados através do telefone. Porém, ao abordar todo tipo de empresa, desde aquelas que prestam auxílio gratuito a indivíduos com pensamentos suicidas até outras que fazem leituras de carta cobrando pequenas fortunas (passando por dique-sexo e até mesmo um sujeito que, solitário, se oferece simplesmente para conversar), o documentário perde o foco, já que se tratam de experiências e motivações radicalmente diferentes umas das outras. 3/5
Oferece um olhar interessante sobre a profissão de criador/condutor de séries de televisão, entrevistando diversas figuras influentes do meio. Por outro lado, é construído de forma burocrática e limitado pelo fato de nenhum dos entrevistados, por motivos óbvios, desejarem se abrir excessivamente sob o risco de comprometerem suas carreiras. 3/5
Christopher Walken aqui oferece uma performance “Christopher Walken anabolizado”: todos os seus tiques, trejeitos, cacoetes de interpretação e idiossincrasias surgem com força total, o que faz com que o filme seja assistível apesar da montagem amadora, do roteiro desconjuntado, da trama previsível e dos personagens unidimensionais. Não é à toa que a carreira do diretor Peter O’Fallon não foi pra frente no Cinema; é como se o longa tivesse sido dirigido por alguém sem qualquer noção acerca da linguagem audiovisual. Mas há Christopher Walken. 2/5
Incrivelmente influente ao estabelecer as regras do mockumentary (embora não tenha inventado o gênero), o filme funciona não só graças ao talento do elenco para o improviso, mas por levar bastante a sério as características musicais da banda ficcional que move a narrativa. Além disso, é importante notar como há vários pequenos arcos ao longo da projeção, desde a relação entre Nigel e David até o destino dos bateristas da banda, demonstrando que o improviso, embora abundante, não ignorou a importância da estrutura. 5/5
Nicolas Cage já usa seus cageísmos de praxe em suas primeiras falas deste filme que – como boa parte da carreira recente do ator – parece ter sido produzido diretamente para vídeo. E o fato de ter sido dirigido por Paul Schrader apenas demonstra que as péssimas escolhas de Cage são perigosamente contagiosas. 1/5
Tommy Lee Jones é um diretor que já demonstrou ter habilidade para criar situações de humor a partir de elementos mórbidos em Três Enterros – e aqui ele repete a abordagem em um western incomum que, centrado numa performance sólida de Hilary Swank, traz uma personagem feminina para o centro da narrativa em um gênero dominado por homens. Contando com uma ambientação cuidadosa que retrata o período como um mundo primitivo e brutal, o longa ainda choca em função de determinada reviravolta sem que pareça usá-la como mero recurso barato. Ainda assim, apesar de todos os esforços de Jones, Swank e do restante do elenco (que traz participações pequenas de nomes célebres), Dívida de Honra jamais chega a algum lugar relevante, o que é uma pena. 3/5
Embora tendo completo acesso às pessoas-chave da história da Hustler (graças ao fato de ser filho de um dos principais diretores de arte da revista), o diretor não consegue apresentar uma única informação que não tenha aparecido em O Povo vs. Larry Flynt, o que é uma proeza. Além disso, o sujeito aparentemente não faz muita ideia acerca do conceito de montagem ou mesmo direção, o que resulta num tom de amadorismo frustrante. 2/5
Com exceção dos bons efeitos visuais, parece mais uma produção para vídeo da década de 80, do roteiro idiota à trilha eletrônica, passando pelas atuações caricaturais. Além disso, o filme não se envergonha de plagiar descaradamente momentos e cenas inteiras de Blade Runner e 2001, o que serve apenas para ressaltar sua estupidez. 2/5
A história da ex-SEAL Kristin Beck, que nasceu como Christopher Beck e se assumiu transgênero, passando a advogar pela causa LGBT, é uma trajetória bela e corajosa por si só – e, assim, o documentário funciona melhor quando se limita a acompanhar sua jornada e a reação de sua família e amigos do que quando busca ativamente o drama. O que, infelizmente, faz com certa frequência. 3/5